sexta-feira, 29 de maio de 2009

E Vamos Vivendo


Alguem já foi em um hospital, uma casa, ou qualquer outro lugar olhar de perto pessoas que esperam por um orgão?, dificilmente alguem responderá que sim.
Isso deveria ser obrigação de todos, todos deveriam ao menos um dia olhar nos olhos de alguem que tem a vida ligada a morte de outra pessoa, olhar bem nos olhos e captar toda tristeza e angustia que essas pessoas passam, sim todos deveriam fazer isso, antes de decidir não doar seus orgãos ou não doar os orgãos de algum familiar, saber da vida de quem espera por um transplante ajudaria muito nessa decisão, é facil ser egoista e querer guardar aquilo que já não servirá mais, tem pessoas que insistem em guardar cobertores em casa, eles ficam lá aos montes acumulando poeira, enquanto pessoas chegam a morrer de frio, o que seria então um orgão, algo de tão maior importancia, se há gente guardando cobertores imaginem a quantidade de pessoas que insistem em guardar orgãos, esses que não teram mais serventia alguma, assim como os cobertores os orgãos continuaram guardados, enquanto pessoas morrem esperando por eles.
Tomar a decisão de conhecer de perto a vida de alguem que espera por um transplante nos ajudaria a compreender melhor o que é isso.
Ninguem gosta de esperar, nem nas filas dos bancos gostamos de ficar, quem dirá em uma fila esperando por vida, e se não der tempo e o banco fechar não poderemos voltar no outro dia.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A pessoa certa


A vida por um Fio de telefone

Tudo que eles esperam é um telefonema, tudo que eles querem é apenas uma ligação, seja no hospital para dizer que existe um orgão, seja na suas casas para dizer que o orgão chegou ao hospital, é uma corrida contra o tempo que eles estão loucos para experimentar.
É muito estranho ter a vida ligada ao fio do telefone, e mais estranho ainda é ter a vida ligada a morte, sim a morte, pois a vida de quem espera um orgão é de certa forma ligada a morte de alguem, quanto mais cedo a pessoa certa morrer mais aumenta suas chances de sobrevivencia.
Isso parece meio morbido mais é a mais pura realidade, a vida dessas pessoas é esperar um telefonema informando que a pessoa certa para elas morreu; pessoas morrem todos os dias, e aos montes, mas não pode ser qualquer uma, tem que ser a pessoa certa.
Vamos aos velorios e salas estão cheias, lemos o obtuario e mais mortos, assistimos aos jornais e mais e mais, mas nao eram as pessoas certas, para aqueles que esperam o telefone tocar os que se foram hoje não eram "a pessoa certa".
Muitos esperam a pessoa certa no amor, clamam por encontrar a pessoa certa que irá lhe acompanhar para a vida toda, e faze-lo feliz, porém a pessoa certa para quem espera um orgão irá lhe fazer feliz com sua ausencia, com sua morte, estranho e talves assustador se encarado dessa forma, mas não adianta mascarar a realidade, as pessoas da fila de doação esperam por isso mesmo, a pessoa certa, mas a pessoa certa para morrer, isso pode chocar mas o que eles mais querem é receber um telefonema dizendo; A pessoa certa para você acaba de morrer.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Onde será o final dessa fila???


Passam os dias, passam os meses e muitas vezes até anos, cada vez que o telefone toca é um pulo do sofá, cada decepção é como uma facada no peito, assim é a vida das pessoas que esperam em uma fila, literalmente uma fila, por um orgão.
No Brasil essa espera é muito longa, muitos orgãos se perdem por falta de atenção, ou por ignorancia de algumas familias em não querer doar aquele orgão que já não faz diferença para aquela pessoa, mas que faria todo diferença do mundo para uma terceira pessoa.
A doação de orgãos tem suas peculiariedades em cada pais, no Irã por exemplo se pode vender os orgãos, eu decido que quero vender meu rim e pronto, o governo me paga por ele e o doa ao primeiro da fila, na China existe um comercio ainda mais espantoso as pessoas podem comprar os orgãos dos condenados a morte, simples assim, mas claro não tão explicito.
O grande modelo é a Espanha, que possui um esquema infalivel de doação de orgãos, mas o nosso Brasil está longe disso, os médicos dos chamodos PS estão tão preocupados com os pacientes que estão entre a vida e a morte que não tem tempo de cuidar das mortes cerebrais que seriam possiveis doadores, e quem paga por isso?, você o proxima dessa fila.